quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

disblioteca namarra: Fernando Persiano!

Uma pessoa importante no cenário da Cultura, compartilhando um pouco de seu universo particular através de livros e discos fundamentais em sua formação. E para a primeira edição de 2014, recebemos Fernando Persiano, vocalista, baixista e compositor da banda mineira Vitrolas.


Todos os ecos vem da infância.


Existiram na minha vida alguns momentos importantes, tanto literários, e principalmente musicais, que ficaram marcados por pequenos rompimentos. Fiquei de pensar e separar algo significativo, porém, ao comentar com a minha esposa sobre um livro e tal, minutos antes de escrever esse texto, não tinha certeza ainda de qual seria, contudo, ao falar, naturalmente esse livro surgiu na minha cabeça. “O Pensamento Vivo de John Lennon” não é um clássico nem nada, na verdade, é uma coletânea de pedaços de entrevistas com personalidades importantes, existe do Chaplin, Freud, Einsten, entre outros, foi organizado por Eide M. Murta.

Entendo que o mais significativo nessa leitura, foi o fato de ter sido num momento de total transição na minha vida, na época, eu tinha 10 anos de idade, estava mudando de colégio e já começando a ver na música uma válvula de escape para minhas questões. Meu pai me deu esse livro um pouco depois de me mostrar o LP Help!, dos Beatles. Tenho lembranças da gente lendo em voz alta e depois debatendo sobre a infância, momentos e frases marcantes do John. Assim como na sua música, Lennon sempre foi muito direto na suas entrevistas, o que para mim, que na época estava em plena formação psicológica e começando um período natural de afirmação pessoal, foi muito acolhedor, senti muita empatia pela história e pela crueza com que me foi passada. Sempre fui um devorador de biografias musicais, essa foi a minha primeira.

O disco é um complemento dessa história, poderia citar obras que foram descobertas por mim mais recentemente, mas, meu sentimento me leva novamente a um passado mais remoto. Não acho que Help! seja o melhor álbum dos Beatles, o meu preferido é o Revolver, porém, a “bagunça” dessa descoberta me mudou radicalmente de direção, antes, eu curtia, como a maioria da criançada, o rock brasileiro dos anos 80, aquele LP era totalmente novo pra mim, parece até frase feita, mas, dali para frente uma nova gaveta foi aberta na minha mente e no meu coração, e estará sempre aberta.
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4 comentários:

  1. Fiquei muito curioso ao ver o link no facebook sobre a disblioteca. Desde que me mudei pro interior de SP, perdi um pouco do contato com o trabalho dos coletivos. Marco e sua trupe propondo uma pintura íntima sobre as influências de um artista é fantástico.
    Fernando "McCartney" Persiano, como vi o Raul Mariano citar umas vezes, é um dos maiores da geração, tanto pelo seu trabalho indiscutível, quanto por sua camaradagem fenomenal.
    Concordo com Persiano: a infância é nosso pedal de delay!

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  2. Nós agradecemos Juan, sua leitura é muito importante.

    Continue nos prestigiando!

    Abraço,
    Equipe Namarra.

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  3. Grande Juan, que beleza!

    Obrigado pelas palavras, bacana mesmo.

    Parabéns ao Marco e ao
    pessoal do Coletivo Namarra, botando a vida pra andar.

    Parabéns, pessoal.

    Abração!!!

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  4. ... e que voce, Fernando, transmita sempre este lado beatle, embalado pela Ibituruna e emoldurado pelo Rio Doce !! e um grande muito obrigado ao seu pai, pelo momento X+Y que causou a bela realidade Z !!

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