segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

disblioteca namarra: jonathan tadeu!

Uma pessoa importante no cenário da Cultura, compartilhando um pouco de seu universo particular através de livros e discos fundamentais em sua formação. E para esta edição temos a alegria de receber Jonathan Tadeu, músico, cantor, guitarrista e compositor da banda mineira Quase Coadjuvante.

Pesado... e lindo!

Eu sempre tive uma predileção por autores mais pessoais e biográficos, gosto muito de romances de formação e esse Servidão Humana, parece ter sido uma espécie de válvula de escape pro Maugham imprimir boa parte dos seus traumas.

Desde a infância órfã, morando com tios fanáticos religiosos, até a fase adulta, quando inicia uma relação desgraçadamente masoquista e sofredora.

Com uma garçonete, a vida de Philip (seu alter ego) é uma coleção de traumas e conflitos existenciais sem fim.

E boa parte dos conflitos e da descida sem  freio que seu personagem dá rumo a lama sentimental, é muito próxima do que cada um de nós já passou ou ainda vai ter de encarar na vida.

O autor é simples na maneira de escrever, mas é absurdamente rico na hora de detalhar o psicológico de Philip. Isso me fascinou bastante na época. A coragem que o Maugham teve de imprimir seus piores traumas e complexos impressiona, do início ao fim.




Está tudo lá: Os dedilhados sobrepostos, a melodia vocal exageradamente arrastada, as letras confessionais... a formula é essa, né. Só que no caso do Mineral, banda de emocore da metade dos 90s, é diferente. Eles levaram todas essas características do gênero para um patamar que, pelo menos pra mim, nenhuma outra banda conseguiu chegar perto.

End Serenading é o segundo disco deles. Uma carreira curta: 2 discos, 20 musicas.
Se no primeiro disco, eles tinham muito de rústico na produção e nos arranjos, esse End Serenading marca um ponto de virada pra segunda fase do estilo.

Aqui, guitarras e os vocais, são mais polidos e trabalhados, o que não impede que cada refrão seja uma explosão de distorção mais dramática que a outra.

Existe essa dualidade nos arranjos durante todo o disco, ora tensos demais ora contemplativos e densos.

A poesia do Chris Simpson é econômica, ele escolhe poucas palavras, mas sabe exatamente onde deve dar ênfase dentro da melodia vocal. Consegue montar uma poesia simples, e emocional, sem cair em choradeira.

Tem muito tempo desde que ouvi esse disco pela primeira vez, parei de ouvir muita coisa, mas esse  continua tendo uma influência enorme. É o típico 'disco que muda vidas'.

É de uma brutalidade enorme pensar que 10 anos depois do lançamento desse disco, o gênero foi tão deturpado como foi.


((•)) Ouça este post

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